22.2.11

amor e dor andam juntos?

“o amor só é bom se doer”

Sempre achei verdadeira essa música, como se revelasse uma natureza inexorável do amor.
Mas hoje, me dou conta de que essa relação entre o amor e a dor, não tem sido bem interpretada e bem compreendida.  O amor é sempre perfeito, seja como for sua história, é sempre perfeito, pois toda história de amor sempre nos faz ver coisas que antes não havíamos visto, sentir o que não imaginávamos e conviver com toda essas novidades, e acomodá-la as vezes na obscuridade de nossas crenças, valores, convenções, costumes, pensamentos, desejos.... .
Uma história de amor pode nascer como na mais romântica cena de Shakespeare, Romeu e Julieta, e ele, o amor, não se importa se Capulettos e Montechios se odeiam, ele simplesmente vem, ensolarado, fresco como uma manha, mas com a verdade de todas as manhas que já existiram. O que causa a dor, não é em si o amor, mas nossos valores, pensamentos e costumes que não estão de acordo com a liberdade que o amor carrega como um fator matemático. E isso dói, Deus como dói! Como nos faz sofrer pela impossibilidade de vivermos o amor, como nos desmembra de nossos desejos, que as vezes gostariam que tudo fosse o contrario.
O amor revela a dor oculta, revela realmente o que nossas criações de vida podem gerar se não estiverem para a livre veemência da aceitação de tudo do amor. Há muito dor por detrás de nossas ilusões, e, somente o amor, com sua majestosa simplicidade, é capaz de nos revelar essa dor. Por sua capacidade reveladora, já que a dor somente aparece quando o amor surge, achamos que o amor gera dor. Mas pensem. As coisas não são bem assim, o que gera a dor é o que nós geramos e nutrimos e que não deixa o amor ser como ele realmente é.
No espaço que existe entre duas pessoas que se amam, podemos ver a magia do amor, capaz de transformar uma família, uma sociedade, uma pessoa. A luta do amor para existir é sua magia, sua magia transformadora, que tantas vezes acaba em tragédia a nossos olhos, mas não para o amor, porque para ele, que é infinito, nunca há fim.

Hoje continuo pensando que a música de Vinicius é verdadeira, pois o bom amor é aquele que muda a vida, e, difícil haver mudanças sem dor.